Em entrevista à UOL, o pastor que está atualmente preso Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Rio de Janeiro (RJ), afirmou que “querem” denigrir a sua imagem e está havendo coação da ONG para isso.
“Querem denegrir minha imagem. A vítima trabalha em uma organização [AfroReggae] que quer me incriminar. Ela é esposa de um cara que trabalha lá, e juntos estão coagindo várias pessoas a mentirem sobre mim”, disse ele à publicação.
Segundo ele, a polícia só ouve as testemunhas que o incriminam e que as “supostas acusações são ridículas e sem provas.”
Marcos Pereira afirma que é inocente e que não tem envolvimento com nenhum crime. O pastor diz também que não acredita na justiça.
“Se eu sou inocente e estou preso, quantos aqui [no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro] não devem estar também?”
Ele aponta que o suposto estupro teria acontecido em 2006, mas a mulher teria ficado calada até hoje e “de uma semana para outra, surge a necessidade de me prender".
Escutas picantes são montagens
Quanto às “escutas picantes” atribuídas a ele e uma fiel divulgadas pelo jornal Extra ele afirma que foram “montagem”.
“Pegaram falas minhas de vários momentos e juntaram para denegrir a minha imagem. Ali não há crime, então [as escutas] nem eram para me incriminar", diz.
Marcos Pereira diz que está triste e magoado com o que está acontecendo e que acredita que isso seja uma provação de seu amor a Jesus Cristo.
Na prisão em Bangu, o líder evangélico já converteu pessoas e tem passado seu tempo fazendo oração aos detentos que o procuram.
“Já consegui orar por uma pessoa que estava passando mal. Ela estava com muita dor de estômago, vomitando e ficou curada. Várias pessoas já se converteram", conta Pereira.”
Relação da AfroReggae e o pastor
José Junior e Marcos Pereira trabalhavam juntos, com o objetivo de retirar os traficantes da vida criminosa e reintegrar detentos a uma vida normal. Em missão, José Junior fazia uso da arte, enquanto Marcos Pereira usava a religião.
Depois de tempos trabalhando em parceria, veio a separação, diante de uma denúncia. José Junior afirmou que Marcos Pereira era “a maior mente criminosa do Rio de Janeiro”.
José Júnior alega que a inimizade entre eles começou depois que Marcos Pereira ficou sabendo que ele havia empregado Rogério Menezes, cuja mulher o pastor teria tido relações sexuais.
Segundo José Júnior, depois disso o pastor havia espalhado que o líder da AfroReggae era informante da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, o que o teria colocado em risco de vida.
Já o pastor evangélico afirma que o desentendimento veio por “dor de cotovelo”, por causa dos trabalhos de ressocialização, que já eram realizados pelo pastor antes do líder da AfroReggae.
Fatos incoerentes
Dentre as acusações inciais, pelos menos três supostas vítimas de estupro desmentiram as próprias denúncias, em vídeos postados no YouTube. As mulheres alegam que foram coagidas por Rogério Menezes a denunciar contra o pastor da ADUD.
Entre os vídeos postados, um membro da ADUD mostra uma conversa gravada entre ele e Rogério, e outro integrante da AfroReggae tentando convencê-lo de que sua esposa e filha também haviam sido vítimas de estupro.
Márcio Nascimento teria pedido à sua filha para fazer exame e comprovou que ela não sofreu abuso. Seu filho, que havia se separado dos pais por um tempo, e ido trabalhar na AfroReggae, denunciou que foi coagido à prestar depoimento contra Marcos Pereira em troca de contrato de trabalho na ONG.
Recentemente, o senador Magno Malta, que teve acesso aos inquéritos outras diversas incongruências no caso.
Entre elas, o fato de que o caso foi conduzido pela Delegacia de Combate as Drogas (Dcod) e não pela Delegacia da Mulher. Além disso, o delegado da Decod não teria ouvido todas as pessoas da denúncia, num total de 20 pessoas.
O mais intrigantes foi uma gravação onde os denunciantes planejam como iriam provocar a “destruição” do pastor Marcos Pereira.
O pastor foi preso no dia 7 de maio acusado de ter estuprado fieis de sua igreja. A primeira audiência acontece no dia 17 de junho em São João de Meriti, Baixada Fluminense.